Paulo Pinheiro Machado
  • Em defesa da Memória, da Justiça e da Cidadania das populações do Contestado

    Publicado em 21/11/2019 às 1:15

    O Grupo de Investigação sobre o Movimento do Contestado, do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPQ, certificado desde janeiro de 2011, integrado por pesquisadoras(es) de 8 Universidades do Sul do Brasil,  vem a público manifestar sua enfática discordância com a decisão proferida no dia 04 de julho de 2019 pela Instância de Governança Regional do Vale do Contestado que, de maneira isolada de seus Municípios, entidades educacionais, Universidades, órgãos legislativos e Instituições de Memória da região, em reunião esvaziada, decidiu por mudar o nome da região turística para Vale dos Imigrantes.

            A decisão, que foi justificada em ata como melhor maneira de ”se ver” e de “se vender” a região como roteiro turístico, é absolutamente equivocada por razões econômicas, políticas, sociais e históricas.

            Em primeiro lugar é importante se identificar que o nome “Vale do Contestado” é muito mais do que uma demarcação “turística”. Trata-se de uma identidade regional construída em memória ao conflito ocorrido entre 1912 e 1916 neste território que viveu um importante episódio da História Brasileira e Catarinense, com o sacrifício de milhares de homens, mulheres e crianças, principalmente das populações mais pobres e desassistidas deste território: índios, negros, caboclos e imigrantes pobres. A luta por terra, liberdade e dignidade, animada na tradição do monge João Maria, ocupou amplos territórios do meio-oeste e planalto norte, central e sul de Santa Catarina, onde mais de 10 “cidades Santas” se formaram, para construir uma vida com justiça e dignidade. Além de reagir contra a arrogância de Coronéis, empresa madeireira, a multinacional ferroviária e chefes políticos autoritários, os sertanejos procuraram construir uma nova vida. O movimento teve seguimento em outras regiões do sul do Brasil (como o movimento dos indígenas de Pitanga, em 1923 ou o movimento dos Monges Barbudos em Soledade, Rio Grande do Sul, em 1935). A partir dos anos 1980, com o processo de redemocratização da sociedade brasileira, o nome Contestado deixou o silenciamento forçado e passou a homenagear as pessoas que deram suas vidas por um mundo melhor.

            Em segundo lugar, se o objetivo é criar uma marca turística regional, nada mais falso do que negar a História local e buscar uma identidade forçada, que exclui setores significativos da população local. Os imigrantes também participaram das “Cidades Santas” no movimento do Contestado, sendo que muitos descendentes de alemães, italianos e poloneses adotaram modos de vida e crenças dos caboclos da região. O primeiro monge João Maria (Giovani Maria Agostini) era um italiano do Piemonte. Portanto, a marca do Contestado, além de possuir uma História local, é inclusiva agregando diferentes grupos étnicos. A oposição ao nome do Contestado parece nascer de um preconceito contra as populações rurais tradicionais mais pobres e a adoção de um modelo europeizado apaga a diversidade existente no território. A opção pelo “Vale dos Imigrantes” é economicamente ineficaz, pois se trata de vender o que não é representativo e de se desvalorizar o que se possui.

            Desta maneira, como amigos e amigas da população do Contestado, profundamente motivados por compromissos de pesquisa e trabalho que envolvem responsabilidade, respeito e cuidado com as populações que estudamos e acompanhamos há muitos anos, nos somamos a outras Instituições, colegas pesquisadores e entidades da sociedade civil, particularmente ao Fórum de Defesa da Civilização e da Cultura Cabocla e exortamos os órgão públicos de Memória Municipais, Estaduais e Federais, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, o Governo do Estado, a Fundação Catarinense de Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico da União, o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina e, nas palavras do monge João Maria, todos os que “são a favor da Justiça e dos que sofrem”, que seja anulada a decisão de denominação da região e que retorne o nome de “Vale do Contestado” a esta bela e acolhedora região.

                      Florianópolis, novembro de 2019.

    Assinam entidades e indivíduos:

    *Grupo de Investigação sobre o Movimento do Contestado – CNPq

    *Associação Nacional de História, ANPUH, Núcleo Santa Catarina

    *Observatório da Região e da Guerra do Contestado – UEL

    *Lab. de Geograf., Território, M. Ambiente e Conflito – GEOTMAC – UEL

    *Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular – APEFEC

    *Biblioteca Comunitária Alisson Zonta, Fraiburgo;

    *Conselho de Entidades dos Bairros Nsa. Sra. Aparecida e São Miguel, Fraiburgo;

    *Escola de Educação e Organização Popular do Contestado;

    *Fórum Regional em Defesa da Civilização e Cultura Cabocla;

    *Pastoral da Juventude Rural – PJR-SC.

    *Pastoral da Juventude do Meio Popular, PJMP-SC.

    *Associação Cultural Coração do Contestado – Trombudo do Contestado (Lebon Régis).

    *Associação Cabocla Filhos do Contestado – Timbó Grande

    *Associação dos Amigos do Museu Hist. e Antrop. do Contestado, Caçador.

    *Ação Social do Contestado – Trombudo do Contestado (Lebon Régis).

    *Laboratório de Imagem e Som – UDESC

    *Laboratório de Relações de Gênero e Família – UDESC

    *Laboratório de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais – UDESC

    *Laboratório de Patrimônio Cultural – UDESC

    *SINTESPE-SC (Sindicato Trabalhadores Serviço Público Estadual)

    *Laboratório de História Social da Cultura e do Trabalho – UFSC

    *Companhia Mútua de Teatro de Animação, Itajaí.

    *SINTE (Sindic. Trabalhadores Educação do Estado)-Chapecó

    *IMDH – Instituto de Memória e Direitos Humanos – UFSC

    *Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural, São José dos Pinhais, PR.

    *Coletivo Memória, Justiça e Verdade – SC

    *Laboratório de Imigração, Migração e História Ambiental – UFSC

    *ANDES-UFSC Seção Sindical do ANDES-Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.

    Prof. Paulo Pinheiro Machado – Depto. de História – UFSC

    Profa. Márcia Janete Espig – Depto. de História – UFPEL , Pelotas.

    Prof. Rogério Rosa Rodrigues – Depto. de História – UDESC

    Prof. Delmir José Valentini – Depto. de História – UFFS, Chapecó

    Prof. Alexandre Assis Tomporoski – UnC, Canoinhas.

    Prof. Flávio Braune Wiik- Depto. de C. Sociais – Un. Est. Londrina.

    Prof. Nilson César Fraga – Geografia – Un. Est. de Londrina.

    Deputada Luciane Carminatti, Pres. Comissão de Educação, Cultura e Desporto da ALESC.

    Prof. Jilson Souza, Educador e Comunicador popular, Fraiburgo

    Museóloga Letissia Crestani, Museu do Contestado, Caçador.

    Profa. Cristina Dallanora – Doutora em História – UFSC

    Profa. Viviani Poyer – Universidade Federal Fluminense \ FAPERJ

    Profa. Tânia Welter – Instituto Egon Schaden – São Bonifácio – SC

    Prof. Cleber Duarte Coelho – Depto. de Metodologia de Ensino – UFSC

    Prof. Ancelmo Schörner – UNICENTRO, Irati, Paraná

    Profa. Janaína Neves Maciel – UNIFACVEST, Lages-SC

    Prof. José Carlos Radin – UFFS, Campus Chapecó.

    Márcia Paraíso, Documentarista, Plural Filmes.

    Laura Correa, Teatróloga, Cia. Mútua, Itajaí.

    Guilherme Peixoto, Teatrólogo, Cia. Mútua, Itajaí.

    Manoel Inácio Camilo Carreira, Conselheiro Estadual de Cultura (gestão 2017-19)

    Profa. Alcimara Aparecida Foetsch, UNESPAR, União da Vitória.

    Profa. Fernanda Zanotti, Instituto Federal Catarinense, Campus Videira.

    Profa. Beatriz Gallotti Mamigonian, Depto. História, UFSC

    Profa. Vanessa Ludka, Geógrafa, Univers. Norte do Paraná.

    Profa. Diane Daniela Gemelli, UNESPAR, União da Vitória.

    Prof. Fabian Filatow, Canoas, RS.

    Prof. Silas Rafael Fonseca, UNESPAR, União da Vitória.

    Profa. Rita Inês Peixe, IFSC, Campus Itajaí.

    Prof. Gabriel Carvalho Kunrath, UFPEL, Pelotas, RS.

    Prof. Ricardo Eusébio Valentini, UFRGS, Porto Alegre;

    Prof. Emerson César de Campos, FAED\UDESC.

    Profa. Sônia Weidner Maluf, Antropóloga, UFSC\UFPB

    Prof. Emerson Souza, São Bento do Sul

    Profa. Natália Ferronato da Silva, UDESC, ProfHistória;

    Prof. Fábio Luiz Aguiar, São Bento do Sul.

    Lúcia Haygert, Antropóloga, Florianópolis.

    Profa. Géssica Pinto Rodrigues, mestranda UFFS, Chapecó.

    Profa. Maria Bernardete Ramos Flores, História, UFSC.

    Prof. Thyago Weingantner de Oliveira Ramos, Rio das Antas

    William Peres, Coord. Relações Externas IFSC, Campus Caçador

    Juciara Cordeiro, Assistente Social, IFSC, Videira

    Fátima Maria Ferreira Franz, Arquiteta e Urbanista, Joaçaba.

    Profa. Cristina Scheibe Wolff, Depto. História, UFSC.

    Prof. Luiz Antônio Laudelino Coelho, Educador Marcial, Fraiburgo.

    Prof. Gustavo Glodes Blum, Geógrafo, Curitiba.

    Profa. Suzane Faita, Lages.

    Profa. Maria Alice Hoss de Moraes, Florianópolis.

    Prof. Paulo Maurício Cavalheiro França, Caçador.

    Eduardo Schwartz Branco, Arquiteto e Urbanista, Lages.

    Prof. Arthur Luiz Peixer, Rio das Antas

    Profa. Karoline Fin, Fraiburgo.

    Prof. Matheus Giacomo de Luca, Florianópolis

    Ângela Zatta, Escritora, Videira.

    Padre Celso Carlos Puttkammer dos Santos, Fraiburgo

    Profa. Zilma Isabel Peixer, UFSC, Curitibanos.

    Prof. Jorge Luiz Gonçalves, Caçador

    Prof. Thiago Yaakov Moreira, Caçador\ União da Vitória

    Prof. Tiago Kramer de Oliveira, Depto. História, UFSC

    Engenheiro Gabriel da Costa Leite – Caçador

    Padre Reneu Zortea, São Miguel do Oeste.

    Profa. Mariana Joffily, Depto. História, UDESC

    Prof. Claudinei de Oliveira, Caçador\Matos Costa.

    Talita Cristina de Oliveira, Mestranda Filosofia, UFSC

    João Carlos Caetano, Cirurgião Dentista, Florianópolis

    Alexandre Fossatti, Empresário, Curitibanos

    Luciana Rossato, Depto. História, UDESC.

    Acad. Wesley Padilha, Pastoral da Juventude, IFSC São Miguel do Oeste

    Acad. Tayson Bedin, Pastoral Juventude, IFSC São Miguel do Oeste

    Acad. João Felipe Alves de Moraes, UDESC.

    Hilton Bley Polatti, aposentado, Joinville.

    Profa. Caroline Jaques Cubas, Depto. História, UDESC

    Prof. Fernando Vojniak, UFFS, Campus Chapecó

    Prof. Adriano Luiz Duarte, Depto. História, UFSC.

    Padre Márcio Martins Rosa, Trombudo do Contestado (Lebon Régis).

    Profa. Joana Célia dos Passos, CED, UFSC

    Prof. Ivan Carlos Serpa, IFC, Campus Camboriú.

    Profa. Marília Mezzomo Rodrigues, CCE, UFSC

    Profa. Márcia Ramos de Oliveira, Depto. História, UDESC

    Profa. Rose Elke Debiase, Museóloga, Un. Federal Sergipe.

    Profa. Maria Teresa Santos Cunha, UFSC\UDESC

    Prof. Rafael Pereira Simonetti, Rede Pública, Estado de São Paulo

    Profa. Ana Lúcia Vulfe Notzold, Depto. História, UFSC

    Juliana Dreher, Arquiteta, Florianópolis.

    Profa. Onete Silva Podeleski, Historiadora e Antropóloga

    Profa. Flávia Paula Darossi, Doutoranda em História, UFSC.

    Profa. Joseanne da Silveira Pinheiro, Florianópolis.

    Profa. Maria de Fátima Fontes Piazza, História, UFSC

    Ana Maria Bernardo de Souza, aposentada, Imbituba.

    Profa. Camila da Rosa, Educadora Social, Prefeitura de Florianópolis.

    Prof. Eduardo Perondi, Doutorando, UNAM, México.

    Profa. Elisa Schemes, Historiadora e Museóloga, IFSC, Campus Continente, Fpolis.

    Profa. Dariane Carlesso, Pedagoga, Guatambú – SC

    Profa. Kátila Stefanes, Rede Pública, Florianópolis

    Prof. Daniel Granada, UFSC, Curitibanos

    Profa. Aparecida Takigawa, Florianópolis

    Milton César Pozzo da Silva, Advogado, Curitibanos

    Profa. Carolina Wiik, Aposentada, Florianópolis

    Leny Maria Wagner Garcia, Enfermeira, Blumenau

    Prof. Tiago Rafael Marczal, Cruz Machado- PR

    Profa. Manoela de Leon Nóbrega Reses, UFSC, Curitibanos

    Jéssica da Silva Podeleski, Engenheira Agrônoma, Passo Fundo-RS

    Rodrigo Marcelino, Motorista, Curitibanos

    Clóvis Ricardo Montenegro de Lima, Pesquisador Titular, Min. Ciência e Tecnologia.

    Alisson Camargo, Arquiteto e Urbanista, Curitibanos

    Profa. Gilmara de Campos Ferreira, Florianópolis.

    Leonardo Teles Mendes, Eletricista, Curitibanos

    Irineu João Luiz e Silveira Júnior, mestrando em História, UDESC

    Prof. Paulo Krischke, Sociologia Política, UFSC

    Eloi Giovane Muchalovski, Mestre em História, Canoinhas

    Prof. Mário Steindel, Biólogo, UFSC

    Tânia Gollneck, Teatróloga, Navegantes.

    Janine Gomes da Silva, Depto. História, UFSC

    Prof. Roni Pereira, Videira.

    Profa. Marli Auras, Centro de Educação, UFSC

    Horácio Álvarez, Guia de Turismo, Florianópolis.

    Luciano Chinda Doarte, Coord. Grupo de Estudos e Pesquisas em Patrimônio Cultural, São José dos Pinhais, PR

    Profa. Thayse Fernanda Rosa, Florianópolis

    Prof. João Klug, Depto. de História, UFSC

    Geraldo Máximo de Oliveira, Consultor Ambiental, Doutorando FURB, Blumenau

    Prof. Waldomiro Lourenço da Silva Júnior, Depto. História, UFSC

    Marcelo Vieira, Músico e Historiador, Curitiba

    Patrícia Freitas Schemes Assumpção, Assistente Social, UFSC, Curitibanos

    Maria Célia di Bernardi Lopes, Produtora Cultural, Florianópolis

    Profa. Sueli Camargo, Lebon Régis.

    Profa, Adriana D’Agostini, EED/CED, UFSC

    Profa. Márcia Valério, Florianópolis.

    Eduardo Maurício dos Santos, Acadêmico em Direito, Curitibanos

    Bárbara Marins Pettres, Jornalista, Florianópolis

    Mirian Cardoso, Cirurgiã Dentista, Criciuma

    Renato Bradbury de Oliveira, Mestrando Literatura, UFSC.

    Luan Cenci, Técnico em Informática, Videira.

    José Francisco da Silva, Arquiteto e Urbanista, Florianópolis

    .

    Para Assinar: As entidades e indivíduos que quiserem subscrever este documento – que será encaminhado à diferentes autoridades municipais, estaduais e federais – poderão fazê-lo enviando mensagem para o e-mail centenariocontestado@gmail.com


  • History Channel: golpes e assassinatos

    Publicado em 19/10/2019 às 10:35

                O History Channel acaba de fazer uma matéria sobre a Coréia do Norte, mostrando entrevistas com atuais e ex-assessores de Defesa do Pentágono e alguns professores universitários (também claramente ligados ao deep state) respondendo a pergunta de como derrubar o governo de Kim Jong Un. Não gosto de assistir esse canal, que é um conjunto de muito baixo nível de abordagens sensacionalistas sobre guerras, extra-terrestres e curiosidades mórbidas, mas acompanhei a matéria até o fim para conferir. A naturalidade como os políticos, militares e “especialistas” tratam de suas opções é admirável. As primeiras opções levantadas são de aumento das sanções internacionais para deixar o povo em fome, à míngua, sem remédios (tal como fazem na Venezuela) e forçar uma revolução interna. John Bolton defendeu esta tese. Mas alguns especialistas não concordam com a eficácia deste caminho, pois o país ainda tem muito abastecimento de vizinhos, como China e Rússia. A possibilidade do assassinato de Kim foi debatida por vários especialistas, mas esbarraram na estrutura de segurança eficiente do Estado norte-coreano, alegando ainda que Kim sabe destas tentativas e emprega vários dublês para enganar espiões (as conversas não deixam de revelar que isso foi tentado várias vezes, tal como tentaram contra Fidel Castro). Verdadeiro terrorismo explícito de Estado. A atração de militares coreanos para a realização de um golpe interno também foi cogitada. Mas os vários assessores concluem que a fidelidade dos militares ao presidente e ao Partido é muito alta. Descrevem o que parece ser uma tirania perfeita, apesar de reconhecer que Jong Un não tem o mesmo carisma e popularidade do avô e do pai. A opção de negociação direta com os norte-coreanos para desarmamento só foi levantada por Trump, que parece não acreditar no caminho. Fico imaginando que assistimos pela tv o bloqueio à Cuba e Venezuela, os golpes que aconteceram na Líbia e Egito, a destruição da Síria, os desmanches do Brasil e Argentina e tantos outros frágeis estados que não souberam se defender. O Estado que promove estas ações se arvora como uma espécie de guardião da civilização e juiz do mundo. Sua prática agressiva e intervencionista vem crescendo na mesma proporção que decai sua relevância no mundo tecnológico e comercial. Nada mais perigoso do que um Império em declínio. Kim Jong Un dá seu recado, quer ser respeitado e consegue isso, pois parte de uma posição forte. Nesse mundo quem não sabe se defender, não é respeitado.

              É chocante e revoltante identificar como um canal que se apresenta com fins educacionais não passa de propaganda (de baixa qualidade) de um império em declínio. O conhecimento histórico e a sociedade em geral merecem mais respeito.


  • “HISTÓRIA EM RODA VIVA” APRESENTA A OBRA DE PAULO PINHEIRO MACHADO

    Publicado em 01/10/2019 às 16:59

    A próxima edição do “História em Roda Viva”, série de debates promovida pelo Proprietas, contará com a presença de Paulo Pinheiro Machado. Paulo é professor de História da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisador associado ao instituto. O evento acontecerá no dia 9 de outubro, às 15h, no Campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF).

    Intitulado “História e maestria na obra de Paulo Pinheiro Machado”, o debate faz parte de uma proposta de encontros que busca discutir o tema propriedade, eixo central de pesquisa do instituto. O formato do encontro busca estimular questões sobre a construção histórica de tal noção, sendo concebido singularmente a partir das investigações em curso de cada convidado. Após expor os pontos de interesse de sua pesquisa atual, abre-se a discussão com os demais pesquisadores que compõem a mesa redonda. Nessa edição contaremos com a presença de Álvaro Nascimento, Marcos Bretas, Marcus Dezemone e Rogerio Rosa, pesquisadores do campo historiográfico. Posteriormente, a plateia poderá participar ativamente do debate, expondo suas perguntas e possibilitando uma troca efetiva de conhecimento.


  • 1o. ENCONTRO SOBRE MEMÓRIA E DIREITOS HUMANOS Violências de Estado no Passado e no Presente

    Publicado em 06/08/2019 às 7:35

    Datas: quarta 25 e quinta 26 de setembro de 2019
    Local: Auditório da Reitoria e Hall da Reitoria para exposição, Universidade Federal de Santa Catarina campus Florianópolis.

    CHAMADA DE TRABALHOS

    O 1o Encontro sobre Memória e Direitos Humanos, organizado pelo Instituto Memória e Direitos Humanos da UFSC, ocorrerá nos dias 25 e 26 de setembro de 2019. O Encontro tem como tema Violências de Estado no Passado e no Presente e visa debater o tema com enfoque em seus avanços, recuos, e desafios presentes e futuros. Além de Mesas Redondas e Palestras, estão programadas sessões de apresentação de trabalhos.

    Estudantes, professores, pesquisadores e membros da comunidade estão convidados a propor trabalhos relacionados à temática proposta para o Encontro até dia 12 de agosto de 2019. Todas as propostas deverão ser submetidas exclusivamente pelo e-mail oficial do Evento encontro_mdh2019@contato.ufsc.br

    A proposta de trabalho a ser submetida deve abordar um dos seguintes tópicos:

    Violência de Estado no período da ditadura civil-militar de 1964: violência política, de gênero e étnico-raciais: indígenas, negros
    Violência de Estado pós-Constituinte: violência política, de gênero e étnico-raciais: indígenas, negros
    Lei de Anistia, Justiça de Transição
    A reconstrução da Memória
    Formato do Trabalho a ser submetido para apreciação

    Resumo contendo título, nome do(s) autor/a(s), vinculação institucional, endereço eletrônico;
    Texto com até 2.500 caracteres, contabilizando espaços.  Título, autores, instituições e referências (máximo de 3) não são incluídos na contagem de caracteres;
    O texto de ser enviado em formato A4, fonte Times New Roman tamanho 12 e espaçamento 1,5.
    A versão final do artigo a ser publicada eletronicamente no site do Instituto Memória e Direitos Humanos, deverá seguir essas mesmas instruções, com alteração somente no número de caracteres aceitos – até 5.000, contabilizando espaços.

    PROGRAMAÇÃO

    25 setembro

    9h30 – 10h00: Abertura do evento

    10h00 – 12h00: Apresentação de trabalhos sobre Direitos Humanos (15 minutos cada)

    14h00 – 17h00: Mesa Redonda Violência de Estado no período da ditadura civil-militar de 1964
    Tópicos abordados:
    A repressão politica e as violências durante a ditadura (conceituação geral), Mariana Rangel Joffily (professora UDESC);
    Violência de gênero, Luisa Dornelles Briggmann (pesquisadora LEGH – UFSC);
    Violência contra os indígenos, Luisa Tombini Wiitmann (professora UDESC).
    Violência no campo, Paulo Pinheiro Machado (professor UFSC)
    19h00 – 22h00: Palestra Justiça de Transição incompleta e debilidade da democracia, Marlon Alberto Weichert (procurador federal dos Direitos do Cidadão Adjunto – MPF).

    26 setembro

    10h00 – 12h00: Apresentação de trabalhos sobre Direitos Humanos (15 minutos)

    14h00 – 17h00: Mesa Redonda Violência de Estado pós Constituinte: ocorrências do cotidiano
    Tópicos abordados:
    Violência de gênero, Miriam Grossi (professora UFSC);
    Violência contra os índios, Kerexu Yxapyry (cacique do Morro dos Cavalos);
    Violência contra os negros, Vanda de Oliveira Gomes Pinedo (MNU);
    Violência e perseguição política, Fernando Ponte (professor UFSC).
    18h00 – 19h00: Lançamento do Instituto Memória e Direitos Humanos, do novo Acervo Digital e da Exposição Virtual.
    19h00 – 22h00: Palestra Direitos Humanos e Democracia no Brasil de hoje, Edson Teles (professor Unifesp).

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    Para divulgação do IMDH:

    O Instituto Memória e Direitos Humanos (IMDH) da UFSC tem como finalidades organizar uma Memória sobre Direitos Humanos no Brasil, disponibilizar seu conteúdo através de atividades de ensino, pesquisa e extensão e recolher informações sobre violações de Direitos Humanos, promovendo apoio às vitimas.
    Site: https://imdh.ufsc.br
    Facebook: https://www.facebook.com/imdhufsc/
    Instagram: https://instagram.com/imdh.ufsc?igshid=1ssxna7kjvp3m


  • Podcast sobre a Guerra do Contestado

    Publicado em 29/07/2019 às 13:30

    A convite de Icles Rodrigues, do canal Leitura Obrigastória (youtube) eu e o prof. Rogério Rosa Rodrigues, da UDESC, fizemos uma entrevista em formato de podcast que agora é colocada disponível ao grande público. Trata-se de uma iniciativa de divulgação científica, para um amplo público que se interessa pela história de nosso país e do mundo. Esperamos ter sido bem sucedidos na intenção de divulgar as pesquisas mais recentes sobre este tema, além de levantar reflexões sobre as tragédias brasileiras ligadas à luta pela terra e à vida dos pobres, dos indígenas e das comunidades caboclas do planalto meridional brasileiro. Nossa intenção, entre outras motivações, é nacionalizar (e até latino-americanizar) o Contestado para considerá-lo um dos importantes movimentos populares fundantes de nossa nacionalidade, e deixar de considerá-lo um  movimento regional, específico e pitoresco, como muitas vezes foi tratado. Boa audição!

    Para ouvi-lo, clique aqui:  https://leituraobrigahistoria.com/2019/07/29/guerra-do-contestado-guerra-terra-e-messianismo-historia-fm-007/?fbclid=IwAR1p9XXp5U9yLWh9xP6BImQDM3eG6D-a0iNsMylHoR1_Y3kmHN3C121Cqic


  • Nota dos Ex-Ministros da Educação

    Publicado em 06/06/2019 às 16:41

    Nós, ex-ministros da Educação que servimos o Brasil em diferentes governos, externamos nossa grande preocupação com as políticas para a educação adotadas na atual administração. Nas últimas décadas, construiu-se um consenso razoável sobre a educação, que se resume numa ideia: ela é a grande prioridade nacional.

    Contingenciamentos ocorrem, mas em áreas como educação e saúde, na magnitude que estão sendo apresentados, podem ter efeitos irreversíveis e até fatais. Uma criança que não tenha a escolaridade necessária pode nunca mais se recuperar do que perdeu. A morte de uma pessoa por falta de atendimento médico é irreparável. Por isso, educação e saúde devem ser preservadas e priorizadas, em qualquer governo.

    Uma educação pública básica de qualidade forma bem a pessoa, o profissional e o cidadão para desenvolverem, com independência e sem imposições, suas potencialidades singulares.

    A educação é, ainda, crucial para o desenvolvimento social e estratégico da economia do Brasil. A economia não avança sem a educação, que é a chave para nosso país atender às exigências da sociedade do conhecimento.

    O consenso pela educação como política de Estado foi constituído por diferentes partidos, por governos nas três instâncias de poder, fundações e institutos de pesquisa, universidades e movimentos sociais ou sindicais. Em que pesem as saudáveis divergências que restaram, foi uma conquista única, que permitiu avançar no fortalecimento da educação infantil, na universalização do ensino fundamental, na retomada da educação técnica e profissional, no esforço pela alfabetização e educação de adultos, na avaliação da educação em todos os seus níveis, na ampliação dos anos de escolaridade obrigatória com aumento expressivo das matrículas em todos os níveis de ensino, na expansão da pós-graduação, mestrado e doutorado e, consequentemente, na qualidade da pesquisa e produção científica realizada no Brasil.

    É impressionante que, diante de um assunto como a educação que conta com especialistas e estudiosos bem formados, o governo atue de forma sectária, sem se preocupar com a melhoria da qualidade e da equidade do sistema, para assegurar a igualdade de oportunidade.

    Em nenhuma área se conseguiu um acordo nacional tão forte quanto na da educação. A sociedade brasileira tomou consciência da importância dela no mundo contemporâneo.

    Numa palavra, a educação se tornou a grande esperança, a grande promessa da nacionalidade e da democracia. Com espanto, porém, vemos que, no atual governo, ela é apresentada como ameaça.

    Concordamos todos que a educação básica pública deve ser a grande prioridade nacional, contribuindo para superar os flagelos da desigualdade social gritante, da falta de oportunidades para os mais pobres e do atraso econômico e social. Ela implica o aprimoramento da formação dos professores, do material didático, a constante atenção à Base Nacional Curricular Comum,a valorização das profissões da educação, inclusive no plano salarial, a reforma do ensino médio, o aperfeiçoamento da gestão educacional, a construção de diretrizes nacionais de carreira de professores e diretores do ensino público. Requer a constante inovação nos métodos, deslocando-se a ênfase no ensino para a aprendizagem, que deve ser o centro de todos os nossos esforços.

    Exige também o empenho na educação infantil e na alfabetização na idade certa, a melhora das escolas e dos laboratórios e bibliotecas e, mais que tudo, o respeito à profissão docente, que não pode ser submetida a nenhuma perseguição ideológica. A liberdade de cátedra e o livre exercício do magistério são valores fundamentais e inegociáveis do processo de aprendizagem e da relação entre alunos e professores. Convidar os alunos a filmarem os professores, para puni-los, é uma medida que apenas piora a educação, submetendo-a a uma censura inaceitável. Tratar a educação como ocasião para punições é exatamente o contrário do que deve ser feito.Cortar recursos da educação básica e do ensino superior, no volume anunciado, deixará feridas que demorarão a ser curadas.

    Não menos importante é o fortalecimento da cooperação e da colaboração entre União,Estados, Municípios e o Distrito Federal e o respeito à autonomia das redes, como determinam a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a própria Constituição Cidadã de 1988. Não podemos ignorar o Plano Nacional de Educação, aprovado por unanimidade pelo Congresso Nacional, os Planos Estaduais e os Planos Municipais de Educação, já pactuados entre a sociedade, os governos e a própria comunidade escolar. Ele decorre de iniciativas que já vinham de longe, como o Plano Decenal de Educação para Todos (1993/2003), elaborado pelo MEC com apoio dos estados, dos municípios, do Distrito Federal, de entidades representativas da área educacional e que atendia a compromisso internacional assumido pelo Brasil na Conferência realizada em 1990 em Jomtien (Tailândia), de que o Brasil participou, promovida pela UNESCO, pelo UNICEF, pelo PNUD e pelo Banco Mundial.

    Enfim, e para somar esforços em vez de dividi-los, é indispensável que se constitua e se organize um efetivo Sistema Nacional de Educação.

    Ademais, a prioridade à educação básica demanda que cresçam os repasses do governo federal para os estados e municípios, responsáveis pelo ensino infantil, fundamental e médio, sendo prioridade a renovação e, se possível, ampliação do FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, que expira em 2020. Sem ele, a situação do ensino nos municípios e estados mais pobres, que já é inadequada, se tornará desesperadora.

    No tocante à expansão do ensino superior, é fundamental se assegurar o ingresso e permanência dos estudantes, especialmente dos egressos das escolas públicas e das famílias de baixa renda. O ensino superior necessita ter qualidade, o que requer tanto constantes avaliações quanto recursos, garantindo seu papel insubstituível na formação de profissionais qualificados para um mercado de trabalho cada vez mais exigente, impactado pelos desafios das inovações e das novas tecnologias. A autonomia universitária é uma conquista que deve ser mantida para garantir a liberdade e qualidade na pesquisa, formação e extensão.

    O Brasil dispõe, hoje, de uma lista de políticas devidamente estudadas e estruturadas, de medidas e instrumentos que permitem progredir significativamente na educação. Nada disso é ou será fácil, mas o consenso obtido e o aprimoramento das medidas clamam pela junção de esforços em prol de uma educação que se equipare, em qualidade, à dos países mais desenvolvidos.

    Muito tem de ser feito, tudo pode ser aprimorado, mas a educação depende da continuidade ao que já foi conseguido ou planejado. Educação é política de Estado: nada se fará se a ênfase for na destruição das conquistas, no desmonte das políticas públicas implementadas e no abandono dos planos construídos pela cooperação entre os entes eleitos e a sociedade.

    Vimos a público defender esta causa estratégica para as futuras gerações e propomos a formação de uma ampla frente em defesa da educação. Nós, neste momento, estamos constituindo o Observatório da Educação Brasileira dos ex-ministros da Educação, que se coloca à disposição para dialogar com a comunidade acadêmica e científica, sociedade e entidades representativas da educação, com parlamentares e gestores, sempre na perspectiva de aprimorar a qualidade da política educacional.

    Assinam este documento os ex-ministros da Educação:

    José Goldemberg

    Murílio Hingel

    Cristovam Buarque

    Fernando Haddad

    Aloizio Mercadante

    Renato Janine Ribeiro

     


  • Para que servem a Filosofia e as Ciências Humanas ?

    Publicado em 02/05/2019 às 9:08

          Sem os conhecimentos das ciências humanas “não é possível entender a sociedade”, diz a cientista política Danielle Allen, professora da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Em entrevista à BBC Brasil, Allen disse ver como “um erro” o plano do governo brasileiro de reduzir investimentos em faculdades de ciências humanas – como filosofia e ciências sociais – e se concentrar, segundo um tuíte do presidente, Jair Bolsonaro, em “áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como veterinária, engenharia e medicina”.

    O presidente escreveu que “a função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”. Para Allen, que dirige o Centro de Ética Edmond J. Safra de Harvard, a capacidade de uma sociedade de alcançar uma boa governança depende de ciências humanas como ciência social e filosofia, “porque são estas disciplinas que fazem esse tipo de trabalho”.

    “Você não cria leis para ter uma boa governança com os conhecimentos de Engenharia e de Física. Sem os conhecimentos das ciências humanas não é possível entender a sociedade.” “O trabalho do economista Herbert Simon, ganhador do prêmio Nobel, mostrou que os países mais ricos do mundo têm esta riqueza em grande parte por causa de uma boa governança. Em outras palavras, você não pode separar a qualidade da economia da qualidade da governança institucional”, diz Allen.

    Governança é um termo usado para descrever como o processo de tomada de decisão e a forma como medidas são implementadas por instituições públicas para conduzir questões de interesse social e administrar recursos públicos. Allen se dedica a estudar os conhecimentos e as habilidades necessários na condução de regimes democráticos. Autora de diversos livros sobre o tema, ela avalia que redução de investimentos em ciências humanas e sociais e o maior foco na educação de ciências exatas e biológicas geram uma menor participação dos cidadãos.

    Ela argumenta que as “democracias de massa” em que vivemos hoje são produtos de dois tipos de conhecimento. “Com certeza, o tamanho de nossas populações, nossas capacidades tecnológicas e nosso potencial de saúde aumentaram drasticamente por causa das ciências biológicas e da engenharia, mas a razão pela qual temos instituições democráticas é por causa de disciplinas como filosofia, sociologia, direito, história, entre outras”, afirma Allen. “São estas áreas de conhecimento que inventaram a democracia e permitiram não só criá-la, mas administrá-la. Nós nos esqueceremos de como administrar uma democracia se não investirmos nestas áreas de conhecimento.”

    ‘Boas leis, instituições e governança aumentam a riqueza da sociedade’

    Allen reconhece que, em diferentes países do mundo, medidas semelhantes têm sido tomadas para incentivar o estudo de ciências exatas e biológicas. A cientista afirma que isso se deve à visão – que ganhou força nas últimas décadas – de que o desenvolvimento econômico e a distribuição igualitária dos ganhos de produtividade na sociedade são resultado da disseminação de conhecimentos em tecnologia.

    “Governos estão tão focados nesta questão da combinação de crescimento e a distribuição equitativa de ganhos de produtividade que passaram a adotar essa posição de que precisam fomentar as habilidades em ciências exatas e biológicas. Isso é verdade, mas não podemos fazer isso com um custo de erodir nossa capacidade de ter uma boa governança.”

    Ela argumenta ainda que é possível medir e analisar o retorno dos investimentos em ciências humanas tanto quanto com os resultados gerados por outras áreas de conhecimento, como mostrou o economista Herbert Simon.

    “Boas leis, instituições estáveis e estruturas de governança produtivas aumentam a riqueza de uma sociedade. Todos estes de conhecimentos têm resultados mensuráveis, nós apenas nos esquecemos de medi-los.”

    ‘Ciências sociais ajudam a traçar os objetivos da humanidade’

    A cientista destaca ainda que grandes nomes da modernidade que são referência de criatividade nos dias de hoje tiveram uma educação superior baseada em ciências humanas, como, por exemplo, Steve Jobs, fundador da Apple.

    “Disciplinas como filosofia, história e literatura nos levam a questionar o que devemos fazer, quais são os propósitos da humanidade, quais devem ser nossos objetivos”, diz Allen.

    Ao mesmo tempo, diz ela, ciências biológicas e exatas normalmente nos levam a questionar como podemos atingir os objetivos traçados. “Você precisa questionar tanto o que devemos fazer quanto como devemos fazer. Você não pode abandonar as disciplinas que ajudam as pessoas a pensar sobre quais são os propósitos humanos.”

    Por isso, ela defende que “ciências humanas são tão importantes quanto as ciências exatas e biológicas”: “Não é uma questão de priorizar uma área sobre a outra, você precisa de ambas. São dois campos poderosos e complementares para o bem da humanidade”.

    Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, o ministro da Educação, o economista Abraham Weintraub, defendeu que o governo não está impedindo o estudo de ciências humanas. “Pode estudar filosofia? Pode, com dinheiro próprio”, afirmou.

    Allen diz ver como “lamentável” que o acesso a esse tipo de conhecimento possa passar a ser “privilégio de ricos”. “Deveria haver oportunidades iguais de acesso a este tipo de conhecimento, tão ligados a profundos impactos sociais.”

    ‘Ensino de ciências humanas deve começar na escola’

    Na posse de Weintraub, Bolsonaro disse querer “uma garotada que comece a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro”.

    Isso gerou diversas críticas, especialmente nas redes sociais, de que o governo desestimula a formação de pessoas capazes de pensar criticamente.

    Allen diz que, embora não possa comentar sobre as intenções do governo brasileiro sem ter acesso a informações que a permitam fazer algum julgamento, a redução do investimento em ciências humanas mina a capacidade de alguém participar da sociedade enquanto cidadão.

    “O pensamento crítico e a capacidade de pensar sobre quais devem ser nossos objetivos enquanto sociedade é algo que precisa ser construído. É preciso ter prática nisso para se ter capacidade de participar efetivamente de uma democracia.”

    Por este motivo, ela defende que o ensino de ciências humanas, como sociologia e filosofia, devem fazer parte do currículo escolar desde os primeiros anos, assim como com as ciências biológicas e exatas.

    “É com o tempo que você constrói habilidades nas áreas de conhecimento. Quanto antes começar o ensino de ciências humanas, melhor. Se for só na universidade, você já começa atrasado.”

     Reportagem da BBC, de 30 de abril de 2019.

  • Seleção de Monitor(a): Introdução aos Estudos Históricos

    Publicado em 18/03/2019 às 17:47

    São requisitos para a seleção:

    1. Ter cursado e  sido aprovado na referida disciplina;

    2. Ter tempo disponível para atendimento presencial e por e-mail de estudantes da turma e para correção de fichamentos e resenhas;

    3. Conhecer bem as práticas de fichamento e dominar as normas da ABNT;

    4. Ser estudante regularmente matriculado no Curso de História da UFSC;

    Os(as) interessados(as) devem comparecer para entrevista de seleção (trazendo cópia impressa e atualizada do Histórico Escolar) no dia 21 de março, quinta-feira, as 14h, na sala 11 do Departamento de História (terceiro andar do bloco C do CFH)

     


  • Simpósio Nacional ANPUH – 2019 – Recife – ST nro. 118 – Movimentos messiânicos rurais e populações tradicionais

    Publicado em 27/12/2018 às 23:01

    Queridos(as) amigos(as)

       Está aberta a chamada para comunicações nos Simpósios Temáticos do XXX Congresso Nacional de História, que acontecerá em Recife, de 15 a 19 de julho de 2019.

    O Simpósio Temático nro. 118Movimentos Messiânicos Rurais e Populações Tradicionais, coordenado por mim e pelo Prof. Ancelmo Schörner, da UNICENTRO, tem como objetivo  congregar pesquisadores ligados a investigação de movimentos sociais rurais com características messiânicas e milenares, como Canudos, Juazeiro, Contestado, Santa Dica, Monges do Fundão, Caldeirão, Pau de Colher e outros, ocorridos entre o final do século XIX e meados do século XX. Além do levantamento sobre os estudos mais recentes acerca destes movimentos, o presente ST procura debater aspectos mais amplos sobre estas populações, seu entorno e seus remanescentes, colocando em debate as condições de vida, os conflitos agrários, formas de religiosidade e relações com o poder local e o Estado Nacional de populações caboclas, quilombolas, faxinalenses e comunidades de fundo de pasto, além de comunidades extrativas.

    INSCRIÇÕES: De 14 e janeiro até 22 de março de 2019.

    Mais informações: https://www.snh2019.anpuh.org/site/capa

     


  • Imperdível: Congresso Nacional do Contestado – Junho de 2019 – Confira as datas

    Publicado em 30/11/2018 às 16:44