Simpósio Nacional ANPUH – 2019 – Recife – ST nro. 118 – Movimentos messiânicos rurais e populações tradicionais

27/12/2018 23:01

Queridos(as) amigos(as)

   Está aberta a chamada para comunicações nos Simpósios Temáticos do XXX Congresso Nacional de História, que acontecerá em Recife, de 15 a 19 de julho de 2019.

O Simpósio Temático nro. 118Movimentos Messiânicos Rurais e Populações Tradicionais, coordenado por mim e pelo Prof. Ancelmo Schörner, da UNICENTRO, tem como objetivo  congregar pesquisadores ligados a investigação de movimentos sociais rurais com características messiânicas e milenares, como Canudos, Juazeiro, Contestado, Santa Dica, Monges do Fundão, Caldeirão, Pau de Colher e outros, ocorridos entre o final do século XIX e meados do século XX. Além do levantamento sobre os estudos mais recentes acerca destes movimentos, o presente ST procura debater aspectos mais amplos sobre estas populações, seu entorno e seus remanescentes, colocando em debate as condições de vida, os conflitos agrários, formas de religiosidade e relações com o poder local e o Estado Nacional de populações caboclas, quilombolas, faxinalenses e comunidades de fundo de pasto, além de comunidades extrativas.

INSCRIÇÕES: De 14 e janeiro até 22 de março de 2019.

Mais informações: https://www.snh2019.anpuh.org/site/capa

 

Chamada de trabalhos – V Simpósio sobre o movimento do Contestado

04/09/2018 11:54

Entre os dias 26 e 28 de novembro de 2018 acontecerá na UNICENTRO, de Irati, Paraná, o V Simpósio Nacional sobre o Movimento do Contestado. O evento acontecerá em conjunto com a XIII Semana de História e o VII Seminário de Estudos Étnicos-Raciais da UNICENTRO. Inscreva sua Comunicação no ST (Simpósio Temático) Contestado: História, Memória, Populações e cultura. Estarão sendo recebidas as inscrições de graduandos, pós-graduandos e profissionais. Inscrições até dia 8 de outubro.

Mais informações e inscrições no link abaixo:

https://evento.unicentro.br/site/simposiodocontestado/2018/1

Sobre o fechamento do Arquivo Público de Santa Catarina – Nota da ANPUH – Brasil

20/03/2018 10:55

      A Associação Nacional de História (ANPUH-Brasil), solidária com a ANPUH-SC, vem a público manifestar sua surpresa e desagrado pela maneira como o Arquivo Estadual de Santa Catarina (APESC) tem sido tratado pelo governo estadual.
Desde dezembro de 2017, o arquivo encontra-se fechado para o público. Isso pode ser constatado pela nota divulgada no site da Secretaria de Administração ( http://www.sea.sc.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=90&Itemid=248&lang ). Na nota se anuncia que esta situação permaneceria até 15 de fevereiro de 2018, entretanto, até o momento não há atendimento presencial, nem à distância.
Desde o final do ano passado, a ANPUH-SC tem cobrado esclarecimentos e retorno imediato desse serviço ao público por meio de contatos por telefone e e-mail. Ocorre que o atendimento ao público não foi restabelecido.
É de amplo conhecimento a enorme importância que o Arquivo Público do Estado de Santa Catarina representa para a população catarinense, não apenas entre os historiadores e pesquisadores – interessados diretamente nesses serviços, já que seu trabalho depende incondicionalmente da pesquisa no acervo de documentos do Arquivo que possuem valor histórico ou científico – mas também do público em geral e de órgãos governamentais que recorrem ao arquivo para acesso a documentos que possuem valor legal.
A suspensão dos serviços de atendimento ao público no APESC também fere a Lei n. 12.527/2011, Lei de Acesso à Informação que é válida, não apenas para os três Poderes da União, mas também para Estados e Municípios.
Exigimos a regularização no atendimento ao público no APESC e solicitamos o retorno da normalidade do atendimento ao público presencial e à distância o mais breve possível.

NOTA DE FALECIMENTO E PESAR

28/12/2017 16:05

É com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento do músico, pesquisador e folclorista Vicente Telles. Sua arte e seu amor pelas populações do Contestado inspiraram a todos nós. Sua dedicação aos jovens e crianças é exemplo de educação para uma cidadania democrática e inclusiva. Nosso amigo caboclo fará muita falta. Queremos registrar nossos sentimentos de pêsames à família e aos amigos.

Grupo de Investigação sobre o Movimento do Contestado – Diretórios CNPQ

Chamada de Trabalhos – V Simpósio Nacional do Contestado, Irati, Paraná, novembro de 2018

29/11/2017 09:56

V SIMPÓSIO NACIONAL DO MOVIMENTO DO CONTESTADO: CARTOGRAFIAS SAGRADAS 

UNICENTRO – Campus de Irati

26 a 28 de novembro de 2018.

Chamada de Trabalhos

O Grupo de Investigação sobre o movimento do Contestado, o Departamento de História da UNICENTRO, campus de Irati, e o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) e o Laboratório dos Povos Eslavos e Faxinalenses (LAPEF-I) promovem V SIMPÓSIO NACIONAL DO MOVIMENTO DO CONTESTADO: CARTOGRAFIAS SAGRADAS. Neste evento são chamados a participar pesquisadores, profissionais, professores e estudantes de graduação e pós-graduação para apresentar trabalhos que sejam o resultado de suas pesquisas sobre o Movimento do Contestado, bem como sobre o povoamento, a colonização, os povos tradicionais, a religiosidade, a ecologia e outros conflitos desencadeados nesta região da Guerra sertaneja. Deverão ser, igualmente, submetidos à seleção relatos de experiências e reflexões sobre o ensino dos temas acima mencionados. Serão privilegiados os trabalhos que se vinculem à região das matas de araucária e do planalto meridional como um todo. A participação dos inscritos se dará nas modalidades de comunicação de texto integral (de 15 a 20 páginas), para profissionais e estudantes de pós-graduação, e a modalidade de apresentação de banners, para estudantes de graduação.

Cronograma e Inscrições:

Até dia 20 de julho 2018 – Inscrição de resumos de comunicações para pós-graduandos e profissionais (informando nome completo, co-autoria ou orientação, quando for o caso, Instituição, endereço, RG e CPF) em resumos com até 15 linhas com título e três palavras-chave;

Até dia 20 de agosto de 2018 – Inscrição de resumos de banners de estudantes de graduação (Informando nome completo, Instituição, Orientador(a), endereço, fone, RG e CPF) em resumos com até 10 linhas com título e três palavras-chave;

Até dia 30 de setembro de 2018 – Homologação dos trabalhos inscritos e envio de Cartas de Aceite.

Até dia 20 de outubro de 2018 – Envio dos textos completos das comunicações pelos autores.

 De 26 a 28 de novembro realização do V Simpósio Nacional do Movimento do Contestado: cartografias sagradas no Campus Universitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste, localizada na PR 153, km 7, Bairro Riozinho.

Mais detalhes em:

http://simpsiocentenriocontestado1912-2012.blogspot.com.br/

 

Publicado o processo de Adeodato Ramos, último chefe rebelde do Contestado

21/08/2017 10:43

        O Livro O processo de Adeodato, último chefe  rebelde do Contestado foi recentemente publicado pelo Centro de Estudos Jurídicos, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em Florianópolis. A obra conta com a transcrição completa do processo crime (no caso, o traslado do processo original no recurso interposto ao Tribunal por Olímpio Simão, outro sentenciado no mesmo certame) que condenou Adeodato a 30 anos de prisão por sua suposta participação no ataque a Rio Bonito, localidade do interior de Curitibanos, em 1914. O livro tem uma apresentação de Gunter Axt e uma Introdução explicativa de Paulo Pinheiro Machado. A coordenação da digitalização  e da transcrição do processo foram de Jaqueline dos Santos Amaral e Sandro Makowiecki. A digitalização dos documentos originais foi feita por Alex Godoy Padilha e Sérgio Henrique Vilela Ribeiro. A transcrição paleográfica foi realizada Daniela Freitas Piccini e Felipe Muller Machado. A conferência de fidedignidade e revisão foram realizadas por Thais Machado, Silvana Pisani, João Paulo da Silva e Gunter Axt. A revisão geral foi de Elizabeth Castillo Fornés. O projeto gráfico e editoração é de Maria do Rosário Longhi. Agradecemos a Paulo Jansson Moretti pela gentileza na cedência das fotos de seu avô Claro Gustavo Jansson.

        É importante considerar que Adeodato teve sua memória demonizada pelos adversários do governo e depois até pelos remanescentes dos redutos, que passaram a repetir, como um “mantra” de sobrevivência e readaptação ao mundo dos “peludos”, a história de que o último chefe era um assassino cruel. A transcrição do processo e a possibilidade de retomada dos estudos sobre este complexo personagem são passos necessários para se recuperar o contexto dos períodos finais da guerra e da atuação das pessoas de carne e osso.

          O livro está sendo distribuído para professores, bibliotecas e instituições. Interessados em recebê-lo enviem e-mail para paulo.pinheiro.machado@ufsc.br

 

De volta ao triste passado

24/05/2017 20:39

     O Ministro da Defesa, Raul Jungman fez o anuncio do Decreto de Estado de Sítio ao lado do General Etchegoyen, do Gabinete de Segurança do Planalto.
Este General tentou sabotar o Trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que apurou crimes da Ditadura Militar e inclusive listou mais de 300 oficiais do exército em violações dos Direitos Humanos, como tortura, sequestro, assassinato, ocultação de cadáveres e outros. O pai dele, General Leo Guedes Etchegoyen (já falecido),  estava citado no relatório. O  tio dele, General Sérgio Westphalen Etchegoyen, também estava apontado no relatório. Mais grave ainda era outro tio, coronel Cyro Guedes Etchegoyen, autoridade do CIEx responsável pela “Casa da Morte”, em Petrópolis, Chefe da seção de contrainformações do Centro de Informações do Exército (CIE) de 1971 a 1974. É este tipo de gente que Temer e Rodrigo Maia estão chamando para “defender as instituições”.

     O que foi a Casa da Morte?

     Localizada na rua Arthur Barbosa, 668 , atual Arthur Barbosa, 50- foi identificada pelos militares pelo nome de ‘Codão’- no alto de um morro do bairro Caxambu e de propriedade do empresário alemão Mario Lodders,  um simpatizante da ditadura militar que a cedeu ao Exército, ela foi montada após a ordem do então Ministro do Exército, Gen. Orlando Geisel, ao CIEx de que todos os presos políticos banidos anteriormente do país deveriam ser executados se capturados novamente em território brasileiro.

     O primeiro preso a ter morrido na casa provavelmente foi Carlos Alberto Soares de Freitas, um dirigente da VAR-Palmares desaparecido em fevereiro de 1971. Em maio do mesmo ano, o tenente-médico Amilcar Lobo testemunhou, numa de suas idas ao local para tratar de prisioneiros feridos, um jovem enlouquecido que dizia ver tigres no jardim ser morto na sala da casa pelo major do Exército Rubens Paim Sampaio, codinome “Dr. Teixeira”, que lhe comunicou que “ninguém saía vivo da casa”. Os mortos na casa eram depois esquartejados e enterrados nas cercanias. O número total de mortos nela é até hoje desconhecido, mas pelo menos 22 guerrilheiros foram trucidados em seu interior. Antes, tinham sido listados 16.

     Alguns dos possíveis presos políticos mortos e desaparecidos que teriam passado pela casa encontram-se Aluisio Palhano, Ivan Mota Dias, Heleny Guariba, Walter Ribeiro Novaes (VPR), Paulo de Tarso Celestino (ALN), Mariano Joaquim da Silva (VAR-Palmares), Marilene Villas-Boas (MR-8) – vistos ou descobertos por Etienne Romeu (uma sobrevivente da casa)- David Capistrano, José Roman, Walter de Souza Ribeiro (PCB), Issami Okamo, Ana Kucisnki  e Wilson Silva (ALN) – descobertos através de fontes militares.

     Além do major Sampaio, outros nomes foram ligados à tortura e execução de presos políticos no centro clandestino, como o falecido ex-coronel do CIEx Freddie Perdigão (“Dr.Nagib”) e o ex-sargento e hoje advogado Ubirajara Ribeiro de Souza (“Dr. Ubirajara”)Em janeiro de 2011, um levantamento do governo federal estimou que 19 pessoas teriam sido enterradas clandestinamente em Petrópolis, provavelmente presos políticos que teriam passado pela casa e desaparecido.

     Em junho de 2012, o Tenente-Coronel reformado Paulo Manhães (“Dr. Diablo”) declarou que o lugar, chamado de “casa de conveniência” no jargão dos torturadores do CiEx, tinha sido especialmente preparado por ele para receber os presos políticos capturados e basicamente servia para transformar guerrilheiros em infiltrados em suas próprias organizações. Malhães, um ex-integrante do Movimento Anticomunista (MAC), pessoalmente organizava as sentinelas do lugar, a rotina da casa e até as festas dadas pra disfarçar, já que ele se passava por um fazendeiro que ia a Petrópolis de vez em quando. Cada oficial trazia seu próprio preso, com sua própria equipe de sargentos, cabos e soldados, para “trabalhá-lo” individualmente. Segundo Malhães, o único erro cometido pelos torturadores foi a libertação de Inês Etienne, que fingiu ter aceito se passar por infiltrada em troca da liberdade após três meses de tortura, e foi quem afinal, em 1979, denunciou a existência da Casa da Morte.  Corroborando o depoimento de Inês, Malhães confirmou que Carlos Alberto Soares de Freitas passou pela casa mas negou a permanência nela do ex-deputado Rubens Paiva, também um desaparecido político.

     Em 2014, os nomes de cinco dos torturadores que atuaram na casa vieram a público: coronel do exército Cyro Etchegoyen, chefe de Contrainformações do Centro de Informações do Exército (CIE), a mais alta patente no local, codinome “Dr. Bruno”; os ex-sargentos Rubens Gomes Carneiro, codinome “Laecato”, Jairo de Canaã Cony, codinome “Marcelo” e Carlos Quissak, além do cabo Severino Manuel Ciríaco, codinome “Raul”.  Policiais, como o comissário de polícia de Petrópolis Luiz Cláudio Azeredo Viana, o Luizinho, codinome “Laurindo”, também foram identificados como integrantes do grupo de torturadores. Outro identificado foi o hoje oficial da reserva, então tenente Antônio Fernandes Hughes de Carvalho, um dos que também teriam participado da tortura e morte do deputado federal Rubens Paiva no Rio de Janeiro.

Moção de apoio à Profa. Marlene de Fáveri

14/05/2017 18:51

      Nós, professores, estudantes e pesquisadores da área de História e demais Ciências Humanas, durante a participação no IV Simpósio Nacional do Centenário do Contestado, entre os dias 10 e 13 de maio de 2017, na Universidade do Contestado, Campus Canoinhas (SC), manifestamos nossa veemente indignação e absoluto repúdio ao processo judicial imputado à professora Dra. Marlene de Fáveri, do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
A referida professora enfrenta uma ação judicial, movida por uma ex-orientanda, sob a alegação de constrangimento suscitado pelos temas apresentados e debatidos na Academia. Cabe destacar que a professora Marlene de Fáveri é uma pesquisadora detentora de denso e qualificado trabalho acerca das questões de gênero, reconhecida nacional e internacionalmente.
A autora do processo judicial, apoiada pelo movimento que se autointitula “Escola Sem Partido”, o qual defende a Lei da Mordaça, ou seja, o impedimento à livre prática das atividades docentes e científicas, não objetiva apenas constranger a professora Marlene, mas todos (as) aqueles (as) que defendem a prática da docência e da pesquisa, com amparo na ampla e irrestrita liberdade de expressão e de pensamento.
Consideramos que é nosso dever, enquanto defensores do direito irrestrito à liberdade, nos posicionarmos em defesa da professora Marlene de Fáveri e de todos (as) aqueles (as) submetidos (as) a constrangimentos, perseguições e limitação do direito à livre expressão, seja nos corredores e salas de aula de escolas e universidades, seja nas redes sociais ou nos espaços públicos.
Os tempos obscuros, atualmente vivenciados, em que o autoritarismo e a opressão se apresentam cotidianamente, nos mais distintos espaços, nos impelem a demarcar explicitamente nossa posição em defesa da liberdade de expressão nas atividades intelectual, artística, científica, impondo inexorável resistência a todas as formas de constrangimento ou censura à livre expressão do pensamento.
Canoinhas, SC, 12 de maio de 2017.

°Assinam os membros do Grupo de Investigação sobre o Movimento do Contestado e demais participantes do IV Simpósio Nacional do Centenário do Contestado.
Moção aprovada por aclamação no IV Simpósio Nacional do Centenário do Contestado.